Os dois melhores nadadores brasileiros participaram do Aberto da França (não procure a figurinha para traduzir para o inglês, eles não estão preocupados com isso). Cielo conseguiu o ouro nos 50 borbo (23.15), prova que vai defender o tri no Mundial, e ficou atrás apenas do campeão olímpico (de Londres, claro) Florent Manaudou, nos 50 livre. Já Thiago Pereira nadou várias provas e acabou levando os 200 medley (1:58.92), numa boa disputa com Laszlo Czeh.
As medalhas são legais, mas todo mundo quer mesmo é a de Barcelona.
Dois que se destacaram pelo domínio em 2013 em suas provas foram James Magnussen, nos 100 livre (47.67), e Camille Muffat, nos 200 livre (1:56.45).
A França foi outro país que realizou seu nacional, seletiva para o Mundial de Barcelona. Jeremy Stravius juntou-se aos medalhistas olímpicos Camille Muffat, Florent Manaudou e Yannick Agnel para as melhores performances, com suas 4 vitórias, uma prata e recorde nos 200m medley.
Muffat saiu com as melhores marcas da temporada nos 200 e 400m livre. Manaudou foi apenas 21 centésimos mais lento que seu ouro olímpico nos 50m livre, comprovando a boa forma, enquanto Agnel deu a Stravius a única prata, nos 200m livre.
Os franceses vem forte nos revezamentos livre masculino.
Stravius: destaque entre os destaques.
A Itália saiu de Londres fechando a lista dos países que subiram ao pódium na natação, com apenas um bronze e fora das piscinas – Martina Grinaldi nos 10km. Os resultados do nacional desta semana dão, mais uma vez, a carga para Federica Pellegrini, que marcou boas marcas da temporada nos 200 e 400m livre (onde Muffat lidera).
Matteo Rivolta deu o único recorde nacional, nos 100m borboleta, com um rápido 51.70.
Rivolta: ainda melhor que seu bronze no Europeu.
Fechando o giro pelos EUA, que tiveram em Mesa um Grand Prix. A surpresa foi ver um Lochte atipicamente mal. O multi-medalhista olímpico já fala abertamente em ir para a Califórnia, numa tentativa de retornar aos bons resultados.
Katie Ledecky, a surpreendente campeã olímpica nos 800m livre em Londres, teve sucesso nas provas 200, 400 e 800m livre, além de sua melhor marca nos 100m. Outro campeão olímpico, Tyler Clary saiu com 3 ouros (200m costas, borboleta e 400 medley), enquanto a natural de Mesa, Breeja Larson, brilhava nas provas de peito.
Para fazer este balanço, vamos primeiro aos fatos:
O Brasil foi um dos 19 países a sair da piscina olímpica de Londres com medalhas;
Destes, 7 tiveram medalhas apenas com um atleta;
Haviam 950 atletas de 166 países competindo;
A natação brasileira fez a 3a. melhor campanha da história (perdeu para Pequim e Atlanta);
Apenas Thiago Pereira, Bruno Fratus e Felipe Lima melhoraram suas marcas, de uma equipe de 18 (não contei Poliana);
Foram cinco finais e 5 semi em 2012, contra 6 finais de Pequim.
Dito isso, acreditava em uma campanha melhor. Em todos os sentidos. Mais medalhas, com ao menos uma de ouro (não preciso dizer de quem). Mais semifinais e finais, os tempos credenciavam nossos atletas a isso. Não foi. Não deu. O próprio COB já se preocupa com este que é um dos esportes que mais dá medalhas. Outros esportes/atletas também decepcionaram, enquanto alguns faziam história ao conquistar suas primeiras.
Rio 2016: em busca dos melhores resultados.
O que fazer? Não há mais tempo? Será que o Brasil não é grande o suficiente para surgir uma Ruta Meilutyte (algum talento aí tem 11 anos e pode ser campeã olímpica no Rio!)? Temos piscinas suficientes? Nossos técnicos estão devidamente capacitados e em todas as regiões? Devemos montar um centro olímpico e fazer uma seleção permanente? Quais seriam os técnicos, neste caso? Estamos nos preocupando e agindo o suficiente sobre o doping?
Eu realmente acredito que no Rio de Janeiro vamos fazer nossa melhor campanha. Dentro do razoável, tudo o que nosso grupo de elite pediu/pedir, foi/será atendido. Assim, temos mais viagens, competições de nível, equipe multi-disciplinar acompanhando, materiais de última geração, etc. Ah, e dinheiro para os atletas. Mais: estaremos competindo em casa!
POr último, um pouco de sorte não faz mal a ninguém (que o diga Phelps), mas não substitui aquela receitinha básica: treino, treino, treino.