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  • De águas bem abertas: a inédita dobradinha brasileira II

    Quem apostasse  que duas brasileiras venceriam uma prova olímpica num Mundial de Esportes Aquáticos a pouquíssimo tempo atrás, seria tachado de maluco. Mas, Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha surgiram e praticamente garantiram o título de Maratonas Aquáticas neste Mundial para o Brasil.

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    Ana Cunha e Okimoto, esta protegendo seu patrocinador, pintando a marca no maiô.

    Quando as brasileiras entraram para sua segunda prova em Barcelona, já com uma medalha cada, encararam uma concorrência dura, como lembrou Guilherme Costa:  Na prova, tínhamos a húngara Éva Risztov, atual campeã olímpica. A britânica Keri Anne Payne, atual campeã mundial. A alemã Angela Maurer, que chegou a sétima medalha em mundiais. A italiana Martina Grimaldi, medalhista em Londres e no mundial de 2011. A australiana Melissa Gorman,que já foi campeã mundial dos 5km. 

    Enfim, antes que apareça qualquer internauta amigo desmerecendo os feitos da dupla, lá estava a nata da natação de águas abertas. Muito pelo contrário, as duas vem de grandes revezes: Poliana de abandonar a prova na olimpíada e Ana Marcela nem se classificar para Londres. Grande exemplo de superação, sem dúvida. Mais, a primeira é a maior medalhista em mundiais (5, de todos os esportes) do Brasil, enquanto Ana Marcela é a 6a. no mundo a ter medalhas em todas as distâncias da competição e ainda vai defender seu título de 2011. Distância entre a campeã e a décima colocada em uma prova de quase 2hs? Meros 4.4 segundos!! Pense em qual maratona de 42km tivemos uma chegada tão disputada como esta…

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    Opa, acho que vi uma bandeirinha do Brasil ali…

    Outra coisa. Sim, acredito que o fator Rio 2016 (e todos os seus investimentos) ajudaram a equipe a alcançar estes feitos históricos, lembrando que, ao contrário das piscinas, aqui quem está defasado é a natação masculina. Assim mesmo, a dupla Samuel de Bona (6o. nos 5 km) e Allan do Carmo (7o. nos 10 km), conquistaram os melhores resultados da história. Mais competições e treinamento com equipe multidisciplinar, necessitam sim de dinheiro, que hoje não falta.

    Agora não vem mais dobradinha para elas, pelo menos não juntas, afinal, Ana Marcela nada os 25km, enquanto Poliana o revezamento.

  • De águas bem abertas: a inédita dobradinha brasileira

    Quem apostasse em um pódium de Mundial de Esportes Aquáticos com duas brasileiras a pouquíssimo tempo atrás, seria tachado de maluco. Mas, a maratona aquática entrou na programação e deu o melhor começo de Mundial para o Brasil.

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    As duas melhores maratonistas aquáticas do Brasil ainda vão nadar mais 35 km na capital catalã. (crédito: Satiro Sodré)

    Quando Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha entraram para estrear em Barcelona na prova mais curta (vão ainda disputar os 10 e 25km), ainda era madrugada no Brasil. Foi emocionante acompanhar a prata de Poliana e bronze de Ana Marcela. Numa disputa acirrada, por apenas 2 décimos Poliana não bateu a vencedora da prova! Aliás, a americana Haley Anderson encerrou sua participação e nem vai disputar os 10km, prova em que foi vice-campeã olímpica.

    Cada uma já tinha um bronze em Mundial nesta prova, então não dá para dizer que elas não esperavam um bom resultado. Quem sabe não vem mais dobradinha para elas, afinal, animadas devem estar…

    No masculino, coube ao tunisiano campeão olímpico Mellouli acabar com a incrível sequência de 4 vitórias do alemão Thomas Lurz, que acabou com o bronze.

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    Lurz com o bronze: oops!… I didn’t do again.
  • Jogos Olímpicos: quem merece ir?

    Semana passada, achei interessante a coluna de Marcelo Laguna: Vaga olímpica não é ação entre amigos, que reforçava a posição do treinador chefe da Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt – em defender índices técnicos fortes para Londres: “Marcas mais fortes forçam eles a melhorarem. Queremos atletas que tenham chances de chegar à final. Somos muito cobrados por resultados“.

    Quem não quer ficar nos apartamentos olímpicos no Rio, daqui a 4 anos?

    Eu concordo?
    Sim. A CBDA, tal qual o atletismo, também estabeleceu em alguma provas índices ainda mais fortes que a Federação Internacional. As regras estavam ali a mais de um ano, então não adianta chorar, reclamar, pois os critérios estavam claros. Era só treinar para alcançar aquelas marcas.

    Então Olimpíadas não servem para experiência?
    Sim e não. Sim, porque a participação nos Jogos Olímpicos, realizados de 4 em 4 anos, são realmente uma experiência marcante, a maior competição da natação mundial (e em grande parte de outras modalidades), o ápice de uma carreira esportiva. Não, porque não se pode pensar em levar atletas apenas para que peguem experiência para Rio-2016. Existem outros campeonatos para isso, Mundial, Pan, etc. Além disso, em 4 anos muita coisa pode acontecer…

    Mas então deveria ir apenas quem tem chance de medalha?
    Não. O espírito dos Jogos não é esse. Se houvesse este pensamento, provavelmente apenas metade dos mais de 200 países participantes em 2008 iriam levar equipe (apenas 87 levaram medalha).

    Isto não é contraditório?
    Não. Cada país tem seus próprios objetivos. Alguns vão participar mesmo; outros, como as potências econcômicas, são cobrados por um desempenho à altura. Brasil e Inglaterra tem um mundo inteiro olhando por serem sede.

    E os reservas de revezamento?
    É justo que leve (pois assim foi decidido pela comsisão técnica), mas acredito que a análise deveria ser baseada em reais chances destes atletas participarem.


    Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero