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  • O Dinheiro e a Natação

    Frequentemente ouvimos ou lemos a falta de apoio para os nadadores brasileiros, com a grande maioria fazendo um paralelo com os Estados Unidos, onde o esquema escola x esporte funciona. Em tese.

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    Quem nunca quis ser o Tio Patinhas e nadar em dinheiro?

    Mas hoje vamos ficar apenas no dinheiro, patrocínios, apoios. Arrisco dizer que um nadador de elite hoje no Brasil deve ser um dos mais bem remunerados do mercado (aquático, claro). O custo-benefício (medalha x $) aqui é muito maior que a potência americana e de grande parte dos países europeus. E pode até ter melhorado nestes últimos anos por conta do fator sede olímpica.

    Não tenho dados para comprovar isso (algum jornalista poderia ajudar), mas existem alguns indícios neste sentido:

    1. Porque atletas europeus e americanos vem frequentemente competir por clubes brasileiros?
    2. Nadador que quiser participar do campeonato universitário americano não pode ter patrocínios (explícitos).
    3. Os EUA tem tantos medalhistas olímpicos, que estes atletas acabam caindo numa vala não tão rara quanto no Brasil.
    4. Porque nadadores consagrados como James Magnussen e Chad le Clos, em vez de voltarem com seus ouros para casa, descansarem das piscinas enquanto capitalizam em propagandas em cima dos seus feitos, preferem ir para uma etapa da Copa do Mundo?
    5. Qual a razão da húngara Katinka Hosszu nadar tantas provas no circuito Copa do Mundo?

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    A resposta para as perguntas é: dinheiro. Pode ter até outra razão (como vir nadar no Rio, por exemplo), mas as bonificaçõe$ chamam estes atletas, muito profissionais. Não que os brasileiros não precisem de grana (se eles voltaram depois do Mundial, foi também para competir no Finkel pelos seus clubes – que lhes garante um salário no final do mês), mas acredito que somados: patrocínios + propagandas + clube + bolsa atleta + COB + CBDA + Ministério + Secretaria estadual + Prefeitura +… dão uma vantagem para nossos atletas.

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    Não, Phelps não ganha 20 milhões em um ano…

    E a premiação da natação está começando a chegar próximo do seu “primo” atletismo (ao menos no Mundial). Os valores de 60 mil para o Mundial de Atletismo que começa amanhã em Moscou vale 60 mil dólares, enquanto Barcelona 39 mil (não me pergunte porque não 40) para cada um dos seus vencedores.

  • Barcelona: a nova fronteira?

    Festa pela escolha pelo direito de sediamento. Festa para mostrar quem serão os embaixadores do evento. Festa faltando 100 dias. Sucesso de vendas nos ingressos – online. Apresentação oficial das medalhas com atletas saindo de dentro da piscina com elas. Patrocinadores apoiando e ativando. Produção de fotos, canção e vídeo oficial. Merchandising com vários produtos licenciados. Sucesso com a escolha de 4 mil voluntários. Concurso para escolha do Mascote. Enfim, várias ações de promoção do evento esportivo.

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    Apresentação do tênis e uniforme das 17 voluntárias que farão as premiações já não é demais?

    Não, não estou falando de nenhum grande evento da FIFA ou COI, e sim da FINA, ou, mais especificamente, da organização de Barcelona (sempre ela) para o Mundial de Esportes Aquáticos. Na verdade, a cidade acabou sendo beneficiada. A FINA abriu um processo de candidatura, que começou no final de 2008 e culminou com a escolha de Dubai no meio de 2009, mas esta declinou em Maio de 2010. Na correria, o novo processo foi bem mais célere (apenas dois meses) e Barcelona, que nem havia pleiteado em 2008, acabou sendo a escolhida.

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    Apresentação dos embaixadores: ex-atletas continuam a serviço do esporte.

    Veja aqui, a recente convocação da equipe de maratonas aquáticas brasileira.

    Obviamente contou à favor da cidade catalã o fato de todos os equipamentos já estarem prontos, afinal, além das Olimpíadas de 1992, eles já foram sede a 10 anos atrás deste mesmo Mundial. Isso, e o fato deles sediarem diversos eventos em todas as áreas, deve ter colaborado um planejamento bem estruturado com todas estas ações.

    Será que a russa Kazan vai manter este padrão em 2015?

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    O mascote Xop, apresentado ano passado, uma gota d’água inspirada nos mosaicos de Gaudi.
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    O objeto de desejo.

    Acompanhe o vídeo oficial:

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  • A preparação olímpica americana

    A equipe americana sempre é uma das última a ser definida, pois sua seletiva é em cima dos limites da inscrição final. Aí, com pouquíssimo tempo para voltar a forma, eles vão para um campo de treinamento. Neste ano, a escolha foi Knoxville, no Tennesse, onde quase 2 mil fãs acompanhavam as braçadas da seleção olímpica.

    Lochte, em uma foto com o uniforme bem… americana.

    Neste meio tempo, eles receberam parte de seu material ( geralmente tem vários uniformes – treino, competição e pódium), escolheram seus capitães (Natalie Coughlin, Rebecca Soni, Jason Lezak, Brendan Hansen e Peter Vanderkaay – todos, claro, já tem experiência olímpica), mas também tiveram tempo para uma leve descontração na caso de um advogado local apoiador da natação.

    Já imaginaram a seleção (não de futebol) recebendo 1800 fão num treino? (Twitter)

    Neste instante, eles estão viajando para a última escala antes de Londres: França. No voo, a atleta mais nova de toda a equipe americana, Katie Ledecky, de apenas 15 anos (a mais velha é da euquipe de Hipismo, Karen O’Connor, 54).

    Vejam alguns momentos de descontração:

    Franklin dançando: parece com alguém que pode sair com 7 medalhas em Londres?

    Entre eles, o experiente Lezak (camiseta cinza).

    Phelps, cumprimentando o dono da casa.


    Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero